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Um inseticida para Van Gogh

O título certamente lhe causa um pouco de estranheza, mas a cor verde esmeralda usada pelo famoso artista holandês, na verdade era um pigmento super tóxico tendo sido utilizado como inseticida no combate a pestes e ratos em esgotos parisienses – daí seu nome, também conhecido como Paris Green. O acetatoarsenito de cobre é uma substância brilhante e sedutora feita de um pó altamente tóxico, mas que produz um verde esmeralda intenso (Emerald Green).
Começou a ser comercializado em 1814 como pigmento para tintas e foi inserido em inúmeros quadros pintados durante o século XIX. Muito utilizado por pintores impressionistas e pós-impressionistas, incluindo Van Gogh – e seu autorretrato de 1888 dedicado a Paul Gauguin (também entusiasta da cor) fez amplo uso do pigmento venenoso.
O fim de Napoleão foi atribuída a cor verde, que por coincidência era sua cor favorita. Acabou envenenado pela substância, pois esteve exposto – durante o exílio -à tapeçaria, forração, aos móveis e ao couro, que emanavam vapores de acetatoarsenito de cobre.
Mas há um porquê disso tudo. No século 19, além da tinta, a substância era tão onipresente que era usado como um corante para roupas, acessórios, tintas, papéis de parede e alimentos (quem diria!) e usada principalmente pela aristocracia européia. Estudos posteriores acabariam concluindo que menos de 1/8 de uma colher de chá de arsênico constituía uma dose fatal, e para se ter uma ideia os trabalhadores da indústria têxtil trabalhavam diariamente manuseando galões e galões desse material.

http://www.metmuseum.org/art/collection/search/107620

Após se atribuir a culpa ao corante pelos envenenamentos de algumas pessoas que usavam as roupas ou moravam em casas forradas pelo pigmento, o composto foi completamente banido no início de 1900 (olha que demorou quase um século para associarem o problema com a tinta ou o pigmento)

O assunto também é abordado neste vídeo do TED, que fala inclusive de outras cores “mortais”.

Matéria original e imagens do portal Follow the Colours e complementada por pesquisas independentes.
Aqui a gente dá o crédito para quem faz a matéria (ou a traduz).